livros,
Resenha: Cacau #AmandoJorge
“Ninguém reclamava. Tudo estava certo. A gente
vivia quase fora do mundo e a nossa miséria não interessava a ninguém. A gente
ia vivendo por viver. Só muito de longe surgia a ideia de que um dia aquilo
podia mudar. Como, não sabíamos.”
É impressionante
como Jorge Amado só me surpreende. E é uma delícia ler suas obras sabendo
absolutamente nada sobre elas. Isso aconteceu com a última leitura do #AmandoJorge – O País do Carnaval – e com essa sobre a qual vim escrever dessa
vez: Cacau.
A história
Em
primeira pessoa, o livro narra a história de um homem que deixa sua família em
Aracaju para enfrentar a vida em Ilhéus, “terra do cacau e do dinheiro”. Filho
de um industrial frustrado, ele acaba tornando-se trabalhador da fazenda de
cacau e passa, com seus companheiros de trabalho, por dificuldades e injustiças
diárias.
Cansado
da exploração, violência e desigualdade que tornava o serviço ainda mais duro, o
personagem percebe a importância de agir contra isso, principalmente, unido a
um grupo e mostra seu amor por aqueles que sofriam o mesmo.
Minha opinião
O
enredo é, realmente, curto, mas o livro é recheado de um apelo social bem
significativo e denuncia não só as condições precárias de vida desses
trabalhadores de cacau, mas, também, as desigualdades sociais vividas na pele
por eles – e que acabam sendo um tema atual também, infelizmente -.
Jorge
coloca pitadas de romance na história, o que contribui bastante pra demonstrar
essas desigualdades. Confesso que o livro não me prendeu desde o início, mas
fui me envolvendo ao passar das páginas e, mais uma vez, nem percebi quando foi
chegando ao fim. A história é daquelas de apertar o coração, Jorge tem muito
disso: falar da parte mais social, retratar a verdade sem dó e eu gosto muito
disso nele.
Falando no assunto, esse foi o segundo livro publicado do autor e inicia uma época muito importante em sua carreira: a em que faz questão de nos apresentar a história da zona cacaueira do sul da Bahia, Cacau foi o primeiro de vários livros com o tema. Além disso, o diálogo utilizado por Jorge Amado é muito real, coloquial, o que nos ajuda a mergulhar ainda mais. E uma curiosidade: ele era filho de um fazendeiro de cacau.
Apesar de ter curtido a leitura, o livro não está entre meus favoritos do autor, porque não criei aquele apego pelos personagens nem sofri quando a história acabou, mesmo tendo achado curtinho. Capitães da Areia continua no topo, hehe.
Falando no assunto, esse foi o segundo livro publicado do autor e inicia uma época muito importante em sua carreira: a em que faz questão de nos apresentar a história da zona cacaueira do sul da Bahia, Cacau foi o primeiro de vários livros com o tema. Além disso, o diálogo utilizado por Jorge Amado é muito real, coloquial, o que nos ajuda a mergulhar ainda mais. E uma curiosidade: ele era filho de um fazendeiro de cacau.
Apesar de ter curtido a leitura, o livro não está entre meus favoritos do autor, porque não criei aquele apego pelos personagens nem sofri quando a história acabou, mesmo tendo achado curtinho. Capitães da Areia continua no topo, hehe.
Agora quero saber se vocês já leram a obra e o que acharam dela, ou se deu aquela vontade de ler também. Não esqueçam de passar pra conferir o post da Jeniffer também!
Clique aqui para ler a resenha de O País do Carnaval, primeiro livro do #AmandoJorge.
Clique aqui para ler a resenha de O País do Carnaval, primeiro livro do #AmandoJorge.
Quotes:
“Os
pés espalhados pareciam de adultos, a barriga enorme, imensa, de uma palidez
tenebrosa, denunciava heranças de terríveis doenças. Pobres crianças amarelas,
que corriam entre o ouro dos cacauais, vestidas de farrapo, olhos mortos, quase
imbecis. A maioria deles desde os cinco anos trabalhava na juntagem.”
“(...)
E as nossas vidas sem amor (existe lá amor nas fazendas de cacau...) tínhamos
momentos de nostalgia. O amor teria sido feito somente para os ricos? Honório
dizia alto o que dizíamos para nós mesmos:
- Merda de vida.”
Se você quer participar do projeto também, fique à vontade! A próxima leitura será Jubiabá. Clique na imagem acima pra saber mais, incluindo o cronograma de leituras. Vamos adorar sua companhia. Só não esquece de usar #AmandoJorge pra ajudar a divulgar o projeto!
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