livros,
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Resenha: Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres
“Mas
sentia uma pressa por dentro, sentia pressa: havia alguma coisa que ela
precisava saber experimentar, e não
estava sabendo e nunca soubera.”
E as resenhas dos livros da coleção lindíssima da Folha continuam e eu
só me apaixono mais pelas edições. Esse é meu primeiro livro da Clarice
Lispector e eu não sabia o que esperar dessa obra especificamente, mas achei
incrível, apesar de ter demorado pra pegar o ritmo da leitura.
A história
Loreley, ou Lóri, é a personagem principal do livro e ficamos sabendo
das intimidades da mesma, já que são descritos os seus sentimentos mais
profundos. Ela conhece Ulisses, um professor de filosofia, e inicia um processo
de autodescoberta. Ambos querem ficar juntos, mas Lóri tem dificuldade em
entregar-se completamente a esse sentimento e é durante essa leitura que
acompanhamos a luta da personagem em permitir-se sentir os prazeres da vida e
do amor.
“Sua alma incomensurável.
Pois ela era o Mundo. E no entanto vivia o pouco.”
“- Que é que eu faço? Não estou aguentando viver. A
vida é tão curta e eu não estou aguentando viver.
- Mas há muitas coisas, Lóri, que você ainda
desconhece. E há um ponto em que o desespero é uma luz e um amor.”
Minha opinião
Confesso que, no início, a leitura estava bastante arrastada, difícil. Acho
que porque nunca tinha lido uma obra da Clarice e não estava acostumada com sua
escrita poética e rebuscada, mas, ao longo da leitura, me apaixonei por seu
estilo.
Como vocês devem ter percebido, o livro não tem uma trama, a história é
extremamente simples. Mas esse processo de autodescoberta da personagem é tão
bonito de ver e, ao mesmo tempo, angustiante que você acaba se envolvendo, além
de que é um livro curto.
A narração não é em primeira pessoa, mas entramos tão profundamente nos
pensamentos de Lóri que é fácil se sentir uma amiga íntima. Esse é um livro
extremamente “quotável”, fiquei desejando escrever tão lindamente quanto
Clarice e pretendo ler muitas obras da autora agora.
Uma Aprendizagem ou o Livro dos
Prazeres não é daqueles que todo mundo ama, mas vale a pena tentar, só não
desista nas primeiras páginas. Não vou mentir que senti uma pequena vontade de
deixar o livro de lado quando comecei, por ter achado meio complexo – apesar do
enredo simples -, mas insisti em continuar e me arrependi nem um pouco.
E o que dizer dessa edição? Perfeita. Capa dura, ilustração linda em
aquarela, páginas amarelas e diagramação ótima. Não vejo a hora de aumentar
minha coleção e compartilhar com vocês.
“- Lóri, disse Ulisses, e
de repente pareceu grave embora falasse tranquilo, Lóri: uma das coisas que
aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se
deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar
de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que
insatisfeita foi a criadora de minha própria vida.”
“- Por que é que você olha tão demoradamente cada
pessoa?
Ela corou:
- Não sabia que você estava me observando. Não é
por nada que olho: é que eu gosto de ver as pessoas sendo.”
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