livros,

Resenha: O Planeta dos Macacos

19:18 Isabela Libório 0



 Descobri há pouco tempo que O Planeta dos Macacos originava-se de um livro e, além disso, meu conhecimento sobre o filme se resumia a: macacos que agiam como humanos, só. E, olha, isso tornou a leitura um milhão de vezes mais surpreendente, o que foi ótimo. Desde que a Aleph lançou essa edição incrível, fiquei desejando por um bom tempo, adquiri há pouco tempo e devorei – só não muito rápido porque a faculdade não deixou – e gostei muito mais do que esperava.
A história
 Jinn e Phyllis são um casal e estão aproveitando as férias viajando pelo espaço e bronzeando-se sob “os raios de seus três sois”, quando são surpreendidos por um objeto que atravessa seu caminho. Ao conseguir capturá-lo, percebem que têm nas mãos uma garrafa e, dentro dela, um manuscrito.

 É aí, então, que a história começa de verdade e somos apresentados a Ulysse Mérou, que, em primeira pessoa, conta os relatos de sua aventura. No ano de 2500, ele e mais dois companheiros embarcaram na missão de chegar até as redondezas de Betelgeuse, onde encontraram um planeta muito similar ao planeta Terra – de onde vinham – e resolveram explorá-lo.

 Ao pousar, a semelhança com seu planeta de origem tornou-se ainda mais impressionante. A atmosfera era a mesma, estavam rodeados de oceano, florestas, montanhas e, ora, imaginavam que habitantes também. E não estavam enganados. Após depararem-se com pegadas humanas, foram surpreendidos por uma moça. Mas não era uma moça comum, porque, além da sua nudez, ela tinha reações e um aspecto completamente selvagens. Ela não estava sozinha, seus companheiros agiam do mesmo modo e pareciam não possuir uma língua com a qual se comunicavam.

 Ulysse nomeia o planeta de Soror que, em latim, significa “irmã”, por conta da sua semelhança com a Terra. Ao passar a noite por lá, eles foram surpreendidos por uma onda de pânico no outro dia: gritos de terror quebraram o silêncio que pairava, seguidos por disparos de fogo. Os humanos daquele planeta estavam sendo massacrados e os assassinos eram macacos. Macacos que vestiam roupas, se comunicavam racionalmente e agiam como humanos. Bem, humanos terráqueos, pelo menos.

Eu assistia a uma caçada – participava dela também, ai de mim! -, uma caçada fantástica em que os caçadores, postados a intervalos regulares, eram macacos, e a caça acuada, constituída por homens e mulheres como eu, homens e mulheres cujos cadáveres nus, esburacados, contorcidos em posições implausíveis, ensanguentavam o solo.
Minha Opinião
 Um planeta governado por macacos, onde os mesmos são a espécie racional e, os humanos, meros animais selvagens. Como não se impressionar com uma história dessas? Pois é, eu não sabia que o filme – muito menos o livro, já que nem sabia da existência dele - se tratava disso e fiquei muito chocada com a genialidade de Pierre Boulle.

 O livro conseguiu prender minha atenção desde o começo, isso eu culpo à minha fascinação por ficção científica. Mas, a partir do momento em que descobri essa inversão de valores entre símios e humanos, fiquei completamente vidrada e não queria largar mais. Falei o mínimo possível sobre a história, porém, o livro tem muito pra acontecer e se contar ainda, a gente se surpreende a cada página e as críticas que o autor faz à sociedade ficam cada vez mais claras. Ele utiliza muito do sarcasmo e faz a gente acreditar, de verdade, que essa inversão pode acontecer um dia e se questionar até onde vai o direito do ser humano de se colocar como espécie principal. Como seria se nós, humanos, é que fôssemos usados como cobaias em testes ou fôssemos atração nos zoológicos?

Passávamos por uma rua bem larga, ladeada por calçadas. Examinei os transeuntes com ansiedade: eram macacos. Vi um comerciante, uma espécie de quitandeiro, que acabava de armar o toldo de sua loja e se voltava com curiosidade para nos ver passar: era um macaco. Tentei distinguir os passageiros e o motorista dos veículos locomotores que o ultrapassavam: vestiam-se como em nosso planeta e eram macacos.

 O livro é fluido e muito, muito interessante. O final me deixou de boca aberta por um bom tempo. Sabe aquela sensação que plot twists causam de, sei lá, explosão cerebral? Foi bem isso que senti e fiquei com muito gosto de quero mais.

 Recomendo O Planeta dos Macacos a qualquer pessoa, goste de ficção científica ou não, acredito que agradará a todos. Ainda não assisti aos filmes, mas pretendo fazer isso – e, quem sabe, escrever um post comparando -, mas em todas as resenhas que li/vi, as pessoas disseram que são bem diferentes do livro e que, quem já viu os filmes, pode lê-lo porque vai se surpreender de qualquer jeito.
Sem contar que essa edição é INCRÍVEL, né? Ela ainda vem com vários extras.

Ei! Não esquece que seu comentário é muito importante, viu? É uma forma de saber o que mais agrada - ou não - quem lê o blog, além de que adoro saber as opiniões de quem visita sobre o assunto falado. 

0 comentários:

Comente para que eu possa saber se gostou ou o que devo melhorar! Dê sua opinião sobre o assunto falado também, se quiser. Sinta-se à vontade. ^-^