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Resenha: O Palácio da Meia-Noite

19:30 Isabela Libório 0

(Essa resenha foi escrita em 14 de fevereiro, mas só percebi esse mês que não tinha postado ainda!)
 “Dito isso, permitam que eu diga que, além dos anos, esta velha colecionou histórias e nunca conheceu nenhuma que fosse tão triste e terrível como essa que vou contar e da qual, sem saber, vocês foram protagonistas por omissão até o dia de hoje...”
 Como quem acompanha o blog já sabe, Zafón é um autor que admiro demais e já escrevi resenhas de outros livros sensacionais dele por aqui. O Palácio da Meia-Noite foi um presente repentino de uma tia que tinha comprado o livro pra si e, pra minha felicidade, acabou me dando. Ele, junto com O Príncipe da Névoa, As Luzes de Setembro e Marina - <3 -, faz parte de uma série de romances “juvenis” do autor. Mas calma, não é necessário ler em ordem, os livros são independentes. O Palácio da Meia-Noite conseguiu me fisgar e me fazer devorar a história por conta da curiosidade que causou.
A história
 O cenário é Calcutá, na Índia, ano de 1932. Os membros da Chowbar Society se reuniam no Palácio da Meia-Noite para sua última reunião como um grupo. Eles estavam prestes a completar 16 anos e, consequentemente, deveriam deixar o orfanato que foi sua casa e as pessoas que foram sua família por todo esse tempo.

 Para Ben, um dos membros desse grupo, essa idade representaria muito mais do que deixar seu lar. Naquela madrugada, Aryami Bosé, acompanhada de Sheere, sua neta, voltaria ao orfanato para conversar com o dono do local e avisar que a vida de um de seus meninos estava em perigo, porque um homem que havia esperado pela liberdade do mesmo durante todo esse tempo estava apto a capturá-lo.

Apesar de, como todos os outros órfãos, ter passado 16 anos da sua vida sem saber qual era a sua história, Ben, a partir daquele momento, descobre segredos em que nunca imaginaria estar envolvido. Com ajuda de seus amigos da Chowbar Society e Sheere, ele vai em busca das respostas e de um fim pra toda essa maldição que o aguardava.
Minha opinião
 Decidi contar a menor quantidade de coisas possível nessa resenha, até o que fica claro na própria sinopse do livro, porque li essa história sabendo absolutamente nada sobre ela e acho que a experiência é bem prazerosa desse jeito. O enredo envolve MUITO mais mistério do que parece pelo que escrevi, mas quis dar o gostinho de descobrir tudo por conta própria pra vocês.

 Gostei muito de, dessa vez, a história se passar em um cenário bem diferente: Calcutá. Gosto de como Zafón descreve locais e os utiliza como personagens da história, como fez com o Palácio da Meia-Noite, local de encontro dos jovens.

 Novamente, me impressionei com a criatividade do autor e a capacidade de criar mistérios impressionantes, enredos mirabolantes e personagens com gostinho de gente de verdade. Sabe aquela atmosfera de terror, mas nada apelador, que eu sempre falo que os livros dele passam? Pois é, eu me arrepiava em alguns momentos com as cenas, mas era um medo divertido – deixo claro que odeio filmes de terror -, que causava curiosidade.
 Me confundi em alguns momentos com a quantidade de personagens e seus nomes diferentes, porém, isso não me impediu de curtir muito a leitura. Zafón criou um vilão, realmente, odiável e com reviravoltas que eu não esperava, como ele sempre faz.

 Confesso que, mais pro fim do livro, achei que houve um pouco de enrolação e eu já não aguentava mais de curiosidade pra saber onde tudo aquilo daria, então eu acho que algumas páginas poderiam ter sido eliminadas. Gosto muito de como a Suma de Letras teve a preocupação em fazer os livros do autor conversarem entre si no sentido da capa, paleta de cores, fonte... E, novamente, a capa de O Palácio da Meia-Noite diz muito sobre a história, combina.

 A escrita dele é impecável, muito poética, uma das minhas maiores inspirações. Ai, como eu gostaria de sentar pra conversar com Zafón um dia e fazer um milhão de perguntas. Entre elas, alguns conselhos sobre escrita, hehe. O meu preferido do autor continua sendo Marina, mas O Palácio da Meia-Noite conseguiu minha atenção mesmo assim.

“É que nada é tão difícil de acreditar quanto a verdade e, ao contrário, nada é tão sedutor quanto a força da mentira, quanto maior for o seu peso.
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